“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (I Pedro 1, 15). Falar de santidade é falar da vocação de todo cristão. Deus nos chama a sermos santos como Ele é santo. Mas, afinal, o que é ser santo?
Infelizmente, ao longo do tempo, entre os fiéis católicos se formou um conceito de santidade engessado, no qual o santo seria um ser indiferente ao mundo, fechado à realidade é avesso a tudo que não se refere à religião. É preciso mudar essa definição. Santidade tem a ver com humanidade. Ser santo é viver como filhos e filhas de Deus no mundo. É caminhar dia a dia espalhando com suas ações a luz de Cristo nos locais onde passa, vive, trabalha, estuda…Ser santo é testemunhar a fé na pessoa de Jesus, o Santo por excelência, que não nos chama de servos, mas de amigos! (João 15, 15). É realizar, com o auxílio da graça divina, a vontade do Pai em meio às fraquezas e quedas próprias da nossa condição humana.
O papa Francisco em sua terceira Exortação Apostólica, Gaudete et Exsultate, um documento importante para a compreensão da santidade no mundo atual, nos diz que gosta ‘de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir. Nesta constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade da Igreja militante. Esta é muitas vezes a santidade ‘ao pé da porta’ daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus, ou – por outras palavras – da ‘classe média da santidade’ (Gaudete et Exsultate número 7). Esse é o ‘rosto’ de santidade que todo batizado e batizada deve desejar e ter. Não corresponde à idéia de que, para ser santo, é preciso ser predestinado ou fazer milagres. A santidade é vivida em pequenos gestos que, feitos com e no amor de Deus que nos ama, se tornam grandes.
Que a Virgem Maria, a ‘Toda Santa’, nos ajude com seus cuidados de mãe amorosa a buscar cada dia a santidade tão querida por nosso Deus.
Meu abraço, irmão e irmã!
Yago Waquim
Seminarista da Arquidiocese de Teresina